sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

6. rot(in)a


a tarde estava soalheira e fria. o inverno fazia-se notar mais pela temperatura do que propriamente pelo aspecto do dia. desde o romper da alvorada que o sol sorria para quem o quisesse receber. mas com o sol vieram também o vento e as baixas temperaturas.
apetecia algo quente e acolhedor. um local onde nos sentíssemos quase como em casa, com vantagens acrescidas. um aconchego fora do aconchego habitual. um conforto menos monótono do que o que nos conforta todos os dias e todas as noites e todos os dias que se seguem às noites. uma sensação de querer ficar num local que, apesar de nos ser estranho, se entranhou em nós como um viciante vício.
chegámos e apoderámo-nos do local como se desde sempre pertencesse à nossa árvore genealógica. um espaço que nos é caro, porque sim. sem grandes porquês, sem explicações metafísicas. um local que nos prende pela simplicidade e pela grandeza com que nos acolhe.
o frio e o vento ficam lá fora. o sol, esse vai espreitando pelos telhados de vidro, que aqui não se atiram pedras.
um réptil de ferro no fundo da sala traz-nos aquilo que normalmente o sol nos traz no verão: calor. faminta, reclama comida de quando em quando. há sempre uma alma que a vai alimentando, para gáudio de todos.
para culminar, a piéce de resistence, um bule a fumegar. um aroma inebriante, uma boca que saliva, um corpo que pede calor por dentro.
não sei o que mais me encanta: se o chá, se o ritual em si...

3 comentários:

Unknown disse...

há que ler atentamente e deixar-se deliciar com a espiritualidade deste velho conhecido... ficamos a aguardar (ansiosamente) mais novidades tuas... já agora: as fotos estão muito boas

Anónimo disse...

ja fizeste os LCP's???

kidding!!!


unique....NECA

Anónimo disse...

:)

Miss u*