quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

4. paisagem fugidia


um por-do-sol funciona como um nevoeiro.
a cada minuto que passa, as cores que dele advêm alteram-se, levando por arrasto tudo o que estiver ao alcance do nosso olhar.
à medida que os amarelos vão dando lugar aos laranjas, os laranjas aos vermelhos, os vermelhos aos violetas, os violetas aos azuis, os azuis aos negros, toda a nossa perspectiva do que nos rodeia se altera.
as coisas adquirem cores de fogo, para no minuto seguinte se pintarem de noite. e assim se mantêm até ser dia de novo.
os contornos esbatem-se, as formas deixam de ter formas claras e precisas. tudo se torna uma imensa massa amorfa, indefinida. a única definição definitiva das coisas é a indefinição que adquirem.
as árvores e as plantas e as pedras e as terras adquirem por breves instantes uma coloração de fogo, um fogo que não arde, que apenas banha tudo aquilo que alcança. um manto de cores quentes que vai mudando de intensidade com o percorrer do fim de tarde.
'a lua, dizem os ingleses, é feita de queijo amarelo'.
o por-do-sol, digo eu, é um arco-íris em câmara lenta...

2 comentários:

ultra_fashion disse...

porque é que não se pode votar neste??

Anónimo disse...

lol
porque a sondagem teve início antes deste post...
mas obrigado pelo comentário!...