
a sala estava escura e fria.
havia apenas duas fontes de luz, bastante diferentes, mas igualmente ténues: o luar que entrava pela janela e que projectava o caixilho da janela na parede; um brilho misterioso que emanava de algo que estava suspenso no tecto, bem alto.
um brilho que nos faz ficar hipnotizados. que nos faz imaginar lugares longínquos, estórias de encantar, tempos idos, mundos ainda por descobrir.
imagens como esta fazem-nos viajar sem sair do lugar. permite-nos sair de nós e, neologismo pessoano, outrar-nos. dá-nos vontade de entrar naquela estrutura, passar para o lado de dentro, banhar-nos na luz que vemos de longe.
podemos ver esta estrutura iluminada como um 'portal' de luz para outra dimensão ou uma 'cela' para algo que detém em si uma luz capaz de aquecer os olhos e o coração dos que a vêem.
a luz do luar não aguenta a passagem para segundo plano e esmorece...